Ensino de física moderna no ensino médio e o carater subjetivo da observação

Alguns meses de Blog parado, mas vamos que vamos para as atividades ;)

Este texto é uma resenha que fiz para a faculdade baseada no artigo 
"A diversidade de interpretações como fator constituinte da formação docente: leitura e observação" que pode ser acessado aqui

Nada de acadêmico ou formal, apenas uma análise. Boa leitura!


 Análise

ProfessorO artigo trata da análise das interpretações de estudantes de licenciatura em física em dois
cursos diferentes, o apoio teórico para as conclusões foi retirado das idéias de Michel Pêcheux
(filosofo francês que foi o maior expoente da linha conhecida como Análise do discurso).
O trabalho desenvolvido visava analisar a opinião dos estudantes sobre a possibilidade de se
ensinar física moderna no ensino médio, após lerem um texto sobre o assunto e após redigirem
um texto sobre o papel da observação na ciência.
Na primeira situação tivemos a maioria dos alunos favoráveis ao ensino dos conteúdos de física
moderna no ensino médio alegando argumentos que foram encontrados nas bases teóricas
dos trabalhos realizados, citando importâncias como a formação cultural e profissional.
Os contra­argumentos foram embasados no fato de os alunos realizarem uma interpretação
errada do conteúdo ensinado e não “digerirem” os tópicos abordados.
Estes contra­argumentos são válidos, porém parecem não levar em conta o fato de que esta
situação ocorre na maioria dos cursos de física clássica que são ministrados no ensino médio,
com uma abordagem quase que exclusivamente matemática e uma compreensão raza dos
alunos.
O segundo trabalho constituiu em entregar um galho pequeno de folhas aos alunos para que
estes descrevessem o mesmo. Após isso foi feito um um texto sobre a importância da
observação na ciência.
As descrições observadas foram ímpares para cada grupo. Enquanto uns descreviam o
sistema de forma subjacente, outros o analisavam de forma objetiva relatando medidas e
números. Nos textos subsequentes que falavam sobre a importância da observação na ciência,
os próprios alunos percebram esta diferença, justificando­a com o com as sua próprias
formações acadêmicas e culturais.
Através destes dois trabalhos nota­se a subjetividade que se manisfesta à partir da exposiçãode fatos. Uma vez que que as aulas ministradas no ensino médio são todas expositivas,
podemos imaginar a divergência de interpretações que se origina de uma única aula.
Um autor que claramente fez contribuições no âmbito da compreensão da própria ciência foi
Jules Henri Poincaré (físico,matemático e filosófo).
Para ele o método matemático não pode desprezar a intuição e a ciência é considerada como
um sistema de ralações.
A pesquisa em ensino de ciências caminha na mesma linha, mostrando a importância de se
detectar os conhecimentos prévios dos alunos, antes de abordar o tema a ser ensinado (ou
seja a intuição deles a respeito de determinado tópico).
Uma vez que o ensino de ciências é feito de forma “engessada”, desconsiderando qualquer
coisa que fuja ao escopo de determinado tópico, a impressão passada aos alunos é uma
completa falácia.
Essa falácia persiste e acompanhará os futuros professores.
Exercícios simples como a descrição das folhas citado no artigo, podem não aparentar um
carater experimental ,porém levam a profundas reflexões sobre a própria ciência, desde que
sejam mediados e de que suas reais intenções sejam explicadas.
São essas reflexões que levarão à  formação de professores críticos e conscientes do real
quadro do ensino no Brasil, e este é um passo importantíssimo para que novas propostas
visando a melhoria do ensíno básico sejam elaboradas.
 


Referências

http://www.ghtc.usp.br/Biografias/Poincare/Poinfil.html ­ Acessado em 06/06/2013